Quem seria Imembuy hoje?

Exposições na Casa Solar homenageiam Santa Maria e sua gente

Bernardo Abbad e Sione Gomes


Fotos: Bibiana Silveira


Na última quarta-feira (17), Santa Maria comemorou seus 165 anos de emancipação política. Esse
ato oficial em 1858, foi precedido por dois episódios importantes: a lenda indígena de Imembuí, sobre a fundação da cidade, e um registro em livro tombado em 1814
. Estas duas efemérides são os temas que a Casa Solar, espaço cultural aberto em 2022, aborda desde 15 de maio.

Os artistas residentes da casa questionam quem seria a índia-mãe dos santa-marienses na exposição Imembuy: é tu?. São mais de 15 obras com leituras sobre a Imembuy nos dias de hoje na Cidade Cultura que vê seu patrimônio e sua memória serem roubados das praças. A curadoria é do artista Luciano Santos, um dos idealizadores e responsáveis pela Solar.

– Nós já havíamos trabalhado dois anos atrás com ideias a partir da lenda. Naquela ocasião, a gente pensou na Imembuy descendo em uma máquina do tempo e vendo o que os seus filhos construíram em Santa Maria. Agora a gente pensa diferente.  Queremos ver esses rostos de Imembuy. Quem são os filhos dela hoje? E ao propor isso para os residentes da Solar, houve essa diversidade de olhares, que é a característica do nosso espaço – conta Luciano.

Olhares

Entre as obras expostas tem fotografia, desenho, pintura e até mesmo artes digitais, como uma “Imembuy influencer”, que leva para o instagram dela. A ideia é pensar: quem seria Imembuy hoje? A catadora de lixo? A que vem visitar Santa Maria para fazer compras? A baliza da banda do Maneco? E por aí, vai.

– Mas, acima de tudo, Imembuy, é tu? é uma exposição para homenagear Santa Maria. Todos da Solar ou são natos daqui ou adotaram a cidade, e ninguém nunca pensou em sair daqui. Para todos nós, Santa Maria é o chão  – finaliza Luciano.

Acervo

A Imembuy também está presente nas páginas de um  livro de João Belém, uma das obras da mostra Memórias de um Santa-Mariense. Serão nove livros sobre a história e vida cultural da cidade, pertencentes ao acervo de Geolar Badke (1924-2005). Um deles é o famoso e raro álbum do falso centenário de 1914, com imagens selecionadas ampliadas e expostas.

A família D´Oliveira também comparece: João Daudt com suas memórias e Felippe com as poesias do livro Lanterna Verde. A organização da mostra  é do filho de Geolar, Bebeto Badke, e Roselâine Casanova Corrêa, professores da Universidade Franciscana (UFN).

– A partir dessa série de livros, nós montamos essa exposição com algumas das fotos da chamda “revista do falso centenário”. Também é muito interessante conferir a história do Felippe D’Oliveira. Meu pai gostava muito dele – relembra Bebeto Badke.

Também podem ser conferidas na exposição Memórias de um Santa-Mariense lembranças do tempo em que Geolar Badke trabalhou na famosa Escola de Teatro Leopoldo Fróes.

– Para quem gosta de história e de memória, nós temos um vasto acervo exposto. Estamos cientes de que, pelo menos ali, as obras do Felippe não serão roubadas, como infelizmente foi o seu busto da Praça Saldanha Marinho – finaliza Bebeto.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Duo Anavitória faz show no Centro de Convenções da UFSM nesta sexta Anterior

Duo Anavitória faz show no Centro de Convenções da UFSM nesta sexta

Saiba quais são os vencedores do 45° Concurso Fotográfico Cidade Santa Maria Próximo

Saiba quais são os vencedores do 45° Concurso Fotográfico Cidade Santa Maria

Cultura